sexta-feira, 5 de maio de 2023

Vancouver Fashion Week (Parte 2)

Essa é a segunda parte da série de posts da Vancouver Fashion Week. Você pode ler a primeira parte aqui.

Nos três primeiros desfiles não vimos representatividade plus size, o que nos faz refletir sobre o fato da indústria da moda enxergar corpos maiores como exceção e não parte da amostragem real de pessoas. Até aí nada de novo sob o sol. Mas o fato é que a agenda da inclusão parece estar sendo dissolvida pouco a pouco pela indústria da moda sem nenhuma cerimônia. Afinal, para uma REAL inclusão , a mudança teria de acontecer na infraestrutura da cadeia produtiva de desenvolvimento.  E isso custa caro operacionalmente falando. E vamos ser francos aqui... todos sabemos que quase ninguém está disposto a ter esse trabalho.

Por isso é importante apoiar e compras de pequenas marcas (como a nossa) que assumem esse compromisso. De bater de frente com a estrutura vigente e oferecer moda para todos. Nossa existência como marca por si só, vai contra todos os alicerces da indústria de moda. Isso porque nos recusamos a  tratar a nossa comunidade e corpos como tendências descartáveis. Nós também somos gordas. E sabemos que corpos reais URGEM por representatividade.

Mas retornando ao Vancouver Fashion Week, na segunda parte de desfiles tivemos as marcas Unserten e AyLelum.

Unserten:

Como o próprio nome da marca propōe, unserten é um trocadilho com a palavra em inglês 'uncertainty'  que significa incertezas. A marca procura por uma moda autoral e não convencional.

Na catwalk (você sabia que catawalk é o termo em inglês para se referir à passarela?!) a marca trouxe uma assinatura gótico-punk, remetendo aos figurinos assinados por Jean-Paul Gautier nos filmes do Almodóvar na década de 90. Assista os figurinos sanguinolentos de Kika com seus tons de vermelho e preto e compare com a proposta da marca. Obviamente unserten possui uma característica gótica autoral mais sombria do que as alegorias do Jean-Paul Gautier. A designer explora formas e cortes com o uso de tecido longos escuros e lisos. O acessórios são estranhos e inconvenientes, mas ao mesmo tempo com uma estética fascinante.

Ay Lelum:

É uma marca com raízes indígenas Canadense da regiāo da Columbia Britânica, mais precisamente Nanaimo na ilha de Vancouver. O desfile foi o único dos assistidos onde vimos modelos plus size e representaçōes com modelos mais maduras. Ainda corpos gordos menores, mas a marca se propōe a fazer peças até o 5XL. Na passarela elas vieram representado peças celebrando estampas com simbologia indígena e desenhos característicos dos povos originais da região. As peças possuem cortes simples mas são de uma beleza impressionante com suas cores vibrantes e estampas conceituais.

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É sempre bom poder participar de eventos como esse para estudar as tendências e procurar inspiraçōes. Infelizmente, apesar de mais inclusivo do que ediçōes anteriores ainda é um espaço segregador para pessoas maiores, tanto na sua organizaçāo quanto na exibição, curadoria de peças, designers e modelos.

 Quem sabe em próximas ediçōes a catwalk.plus poderá exibir suas peças mais inclusivas com corpos maiores? Para isso ser possível contamos com a sua colaboração. Nos ajude a apoiar a nossa comunidade visitando nosso site, contribuindo com a divulgação no boca-a-boca e em mídias sociais. Você também pode ajudar comprando nossos vestidos e acessórios. Garanto que você não vai se arrepender com a experiência!

Ajude a fortalecer marcas pequenas que apoiam a real inclusão.


Até a próxima.

Equipe Catwalk.plus

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